MARIA REICHE

María Reiche:

A Dama do Deserto

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Vitoria Maria Reiche Newmann, conhecida como A Dama do Deserto, nasceu em Dresden (Alemanha) em 15 de maio de 1903. Seus pais foram Max Felix Reiche Grosse e Ana Elizabeth Newmann Voigt. Tinha dois irmãos: Renata e Franz. Desde muito jovem, tinha a esperança de viajar para o Perú, quando na escola teve em suas mãos, pela primeira vez, um atlas em que viu que havia um grande lago, o Lago Titicaca. Esse desejo tornou-se um sonho que a acompanhou durante toda a sua infância e adolescência. Estudou matemáticas, geografia, pedagogia, física, arqueologia e arqueoastronomia em Dresden e Hamburgo.
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O sonho tornou-se realidade em 1932, quando ela chegou ao Peru para trabalhar como professora das crianças do cônsul alemão em Cusco. No caminho, Maria ficou impressionada com a beleza da paisagem andina, razão pela qual visitou diferentes cidades de Cusco em seu tempo livre. Em 1934, terminado o seu contrato em Cusco, manteve-se como tradutora durante um tempo.

Em 1936, retornou ao seu país e, um ano depois, no final de 1937, retornou ao Perú. Decidiu-se estabelecer em Lima, onde ofereceu seus serviços como professora de alemão. Em 1938, trabalhou no Museu Nacional, onde conheceu o Dr. Julio C. Tello, para quem trabalhou como assistente e tradutora, ajudando-o a conservar as múmias que ele descobriu.

Em 1939, foi contratada como professora de alemão pela Inglesa Amy Meredith que, na época era proprietária de uma sala de chá, frequentada por intelectuais e personalidades da sociedade de Lima. Foi neste local onde ela conheceu o cientista americano Paul Kosok, que a contratou como assistente e tradutora, ligando o seu futuro com as linhas de Nazca para sempre.

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Kosok levou Maria para sobrevoar as planícies de Nazca. Maria, no entanto, ficou chocada e, a partir desse dia, o seu único objetivo seria o de investigar minuciosamente tudo o que havia lá embaixo. Em 1941, Kosok deixou-a continuidade do trabalho das linhas de Nazca, enormes desenhos geométricos, de animais, de plantas e de humanoides desenhadas na areia do deserto, indistinguíveis ao nível do solo, mas plenamente visíveis do céu.

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Antes que Maria entrasse em ação, as linhas e figuras foram frequentemente atravessadas por motoristas e pedestres, sem que eles percebessem que estavam pisando alguma coisa. Estima-se que vinte ou vinte e duas figuras foram destruídas. No começo, ela não tinha ajuda, só crítica. O primeiro com que contou foi uma escada de pintor e um caminhão de lixo dado pelo município, que a ajudou a explorar a área. Maria removeu a poeira e as pedras que cobriam as ranhuras com uma vassoura sozinha, levou anos para que se vissem claramente os desenhos e linhas.maria reiche

A parir de então, e ao longo de sua vida, Maria fez estudos de medição e interpretação das linhas e desenhos de Nazca. Morava sozinha no deserto, não recebeu financiamento de nenhum órgão, apenas financiada pela sua irmã Renata. Fez esforços para conservar e proteger as linhas. Raramente foi entendida nesta luta, e várias vezes sofreu abuso de pessoas que a viram como uma excêntrica.

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Maria furou o dedo médio da mão esquerda, infectou-se e tiveram que amputar-lhe o dedo, vinte anos mais tarde. Esse detalhe anedótico teve um selo mágico quando descobriu, em 1952, a figura do macaco no deserto de Nazca, deu-se com a surpresa que os antigos homens de Nazca tinham desenhado-o com nove dedos. Foi quando o antigo Peru mais uma vez afirmou-lhe que ela e Nazca estavam solidamente unidas por um destino comum.

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Maria publicou vários livros:

 

  •  Desenhos gigantes no chão do deserto de Nazca. Descrição e interpretação do teste.
  •  Geoglifos pré-históricos no Perú.
  • O mistério do deserto.
  • O pássaro que anuncia o Inti Raymi.
  • Contribuições para a geometria e astronomia no antigo Perú.

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Maria estava sozinha em sua luta para preservar um documento cultural tão grande. Turistas atraídos pelo enigma que representam as linhas de Nazca começaram a entrar no deserto e destruí-las. No entanto, em 1970, o Instituto Nacional de Cultura declarou o deserto de Nazca uma área protegida.

Maria ganhou inúmeros prêmios:

  • Condecoração da Presidência da República, no grau de Comandante (1977).
  • Condecoração com a Ordem de Grande Oficial do Presidente do Congresso (1981).
  • Doutorado honoris causa de Ica (1983).
  • A Cruz Federal ao Mérito de Primeira Classe da República Federal da Alemanha (1983).
  • As Palmas Magistrais no grau de Amauta, concedido pelo Ministério da Educação (1986).
  • A ordem na classe de Grande Contralor, concedido pela Controladoria-Geral da República (1990).
  • A Ordem dos sábios dos Incas.
  • Título de Doutor Honoris Causa da Universidade Peruana de São Marcos.
  • A Ordem do Sol, no grau de Grande Cruz, a maior condecoração da República do Peru (1993).
  • A Ordem ao Mérito Grande Cruz (póstumo), pelo presidente do Conselho de Ministros, Javier Valle Riestra (1998).
  • Cinco doutorados honorários.

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Em 1993, ela obteve a cidadania peruana, aos 90 anos, cega e sofrendo a doença de Parkinson e câncer. Em junho de 1998, morreu, deixando uma filha adotiva, Ana Maria Cogorno, que atualmente desenvolve um papel importante na preservação das linhas.

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Referências:

EN ESPAÑOL

 NATALIA HEGRE

 


Comentarios

MARIA REICHE — 1 comentario

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